Publicado em: 01/11/2019
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“A tecnologia moderna é capaz de realizar a produção sem emprego. O diabo é que a economia moderna não consegue inventar o consumo sem salário.”
O que essa frase do sociólogo Betinho, proferida nos idos de 2013, tem a ver com a transformação do mercado de trabalho que começamos a debater nesta coluna sobre empregabilidade? Tudo, pois o desemprego configura-se também a partir da automação, que reduz a poucas máquinas, dezenas, centenas e até milhares de empregos. Estabelece-se dessa forma o conceito de fazer mais com menos em definitivo.
Apesar do primeiro quadrimestre de 2019 ter apresentado saldo positivo de emprego em Piracicaba e cidades da região, o desemprego no Brasil ronda a casa de 12%, principalmente, devido à crise política e econômica dos últimos anos, que unidas ao fator de invasão tecnológica em todas as empresas, principalmente o conceito da indústria 4.0, ocasionam uma dinâmica de exclusão e ao mesmo tempo migração de profissões entre setores. Isso se transforma num dos maiores desafios para o trabalhador, especialmente para aquele que perdeu seu emprego, e precisa decifrar esses tempos exponenciais do qual vivemos: pautados por transformações velozes e complexas que assustam e dificultam qualquer tomada de decisão. Para termos uma ideia do que essa transformação representa, dos 10 empregos de maior destaque atualmente, a maioria sequer existia anos atrás.
Os novos tempos já nos dão claros sinais que serão dos empreendedores, principalmente, para os que identificarão e atenderão demandas de serviços ainda nem existentes, possivelmente as que agreguem facilidades a partir do uso das novas tecnologias. As vagas geradas com a implantação de novas indústrias, que até ontem representariam milhares de empregos, dificilmente repetirão este efeito no mundo moderno com suas linhas de produção automatizadas.
Em meio a esse caos transformacional, talvez um sinal possível seja observarmos a dinâmica do mercado, que aponta para uma realidade na qual os setores de comércio e serviços já são responsáveis pelo maior número de empregos gerados há tempos, bem como ao expressivo crescimento de microempresas e Microempreendedores Individuais (MEIs), que batem recordes nos últimos anos.
Olhemos, então, para este novo cenário, com esperança de que, cada vez mais, existirão ocupações dignas e abundantes para quem quer que seja, desde que estejamos preparados e capacitados. E que as políticas públicas consigam auxiliar nossa cadeia produtiva a manter-se competitiva, para que o poder aquisitivo das famílias seja minimamente preservado.
Abracemos juntos este novo momento e compromisso.
João Carlos Goia é gerente do Senac Piracicaba, jornalista pós-graduado em mídias e mestre em educação.
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